Já lhe perguntaram se você é introspectivo ou extrovertido?
Todas as vezes que me fazem esta pergunta fico atônito e nunca sei responder corretamente porque acredito que não existe o rótulo da introspecção ou da extroversão.
Confesso que costumo me olhar no espelho só para ver se estou com cara de introspectivo ou de extrovertido. Me surpreendo com o reflexo.
Tem dia que ele me diz:
- Cuida de você!
Noutros ele é direto:
- Vai lá e compartilha!
Sabe, não sou nem introvertido e tampouco extrovertido porque vislumbro que tenho na caminhada diária, constantemente, as duas duas situações.
Tem o dia do silêncio, de ficar em casa, apreciar, pensar, assistir algo que me remete às reflexões. Até a escolha do filme, do livro ou da série é, digamos, do íntimo ao pessoal.
Mas tem o dia que eu quero encontrar pessoas, sair, conversar, rir, falar muito ou até mesmo se colocar nas situações mais engraçadas e inusitadas somente para extravasar.
Sabe àquele dia que você não quer atender telefone e tampouco ficar respondendo mensagem?
E também tem dia dos vários telefonemas.
Há momento do casulo, da pérola, da reclusão.
Mas tem o dia da águia e do pavão. Você quer voar, sentir livre, bonito, ser percebido.
Tem, aquele dia em que os óculos escuros e a roupa discreta são seus aliados e o desejo e meta é não ser notado; mas tem o dia que até a escolha do perfume é proposital; e que mal tem nisso?
Tem o silêncio, as folhas de outono, a brisa do inverno, a neblina e todas as situações nostálgicas que aos poucos vai invadindo você...
e o som do verão, sol escaldante, pura agitação e todas as cores da primavera.
Àquele momento somente para ouvir; já noutro, a necessidade de falar. O dia da meditação e o dia da oração.
Dia em que as suas características mais fortes são as raízes, a busca pelos significados no mais íntimo e profundo do seu ser. E o tempo de florir e deixar que os outros busquem na gente as suas respostas.
Tem o sentir a música com o fone de ouvido numa caminhada solitária e o clima da música com a galera.
A vida solitária do escritor e por outro lado a estrada agitada do cantor.
Sabe, na verdade tem o meu dia! E também tem o nosso dia!
É viver e transitar pelas quatros estações percebendo a importância do outono e inverno da introspecção e a primavera e o verão da extroversão.
É viver e transitar pelas quatros estações percebendo a importância do outono e inverno da introspecção e a primavera e o verão da extroversão.
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