Oscar 2019: Por que "Roma"?

Fonte: Internet
Em atitude ousada, a Netflix carimba presença na briga pelas estatuetas do Oscar em dez categorias com o belíssimo longa Roma.

Roma, do diretor mexicano Alfonso Cuarón, compõe as oito indicações da seleta categoria melhor filme que conta ainda com Bohemian Rhapsody, A Favorita, Green Book: O Guia, Infiltrado na Klan, Nasce Uma Estrela, Pantera Negra, e Vice.

Confesso que gostei bastante das indicações deste ano, tanto que com todo respeito aos sensacionais filmes indicados na categoria, estarei na torcida pelo filme "
Roma".

Lógico que é impossível deixar de ressaltar a brilhante atuação da, agora atriz, Lady Gaga, no filme "Nasce Uma Estrela" e o favoritismo do filme "Bohemian Rhapsody", ganhador do Globo de Ouro, que retrata a vida de Freddie Mercury. Ainda, os fãs da Marvel estão na torcida por Pantera Negra que, aliás, não é por acaso que está entre os oito indicados, considerando que foi fenômeno de bilheteria levando Wakanda a ser um dos países fictícios mais conhecidos. Já Infiltrado na Klan traz o debate sobre a questão do racismo na sociedade dos EUA; Green Book: O Guia chega credenciado com a vitória no Globo de Ouro e também o prêmio do Sindicato de Produtores da América, ou PGA, na sigla em inglês; e bom registrar que dos últimos 10 anos, em oito o vencedor do PGA foi o mesmo do Oscar. Vice aborda de maneira humorada a história de Dick Cheney (Christian Bale), o vice-presidente mais poderoso da história, e como suas políticas mudaram o mundo. Em A Favorita, o diretor Yorgos Lanthimos mostra um elaborado jogo de xadrez entre três mulheres na Inglaterra do século 18.

Por que "Roma"?

Um filme falado em espanhol, de "autor" mexicano, em preto e branco, lançado primeiro na Netflix já são grandes motivos pela preferência. Outros motivos são os temas abordados; o diretor Alfonso Cuarón retrata como temas principais a discriminação por classe social e o racismo. Acrescente aos motivos a fotografia do filme, o fantástico roteiro, a edição, o som e inclusive o simbolismo e as metáforas. Acredito que o grandes estudiosos do cinema diriam: "Roma é uma aula de cinema".

Dentro das proporções, assistindo "Roma" recordei dos filmes brasileiros Central do Brasil do diretor Walter Salles e Que horas ela volta? da Diretora Anna Muylaert. Digo isso por conta do retrato da realidade social que muitas vezes é camuflada e distorcida até mesmo pelo cinema. Alfonso Cuarón não economiza nos detalhes e na perfeição do retrato da realidade do dia-a-a.

Ambientada na Colonia Roma, bairro de classe média-alta no centro da Cidade do México, a história gira em torno de uma família pequeno-burguesa e seus empregados, entre 1970 e 1971. Aborda, especialmente, de um sentimento que une a patroa Sofía (Marina de Tavira) à doméstica Cleo (Yalitza Aparicio).


O longa concorre em dez categorias é um dos favoritos (inclusive o meu) na categoria melhor filme, ao Oscar, raramente concedida a produções estrangeiras.

A cerimônia de entrega do Oscar de 2019 será neste domingo, 24, com início às 22h pelo horário de Brasília.



Elvio Bezerra

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