RENDA FIXA - O QUE É E COMO INVESTIR?

O que é?

Os investimentos em renda fixa são os investimentos recomendados para aqueles investidores que buscam certa previsibilidade na rentabilidade das aplicações, com taxas e prazos definidos no ato da contratação. 

O investimentos de Renda Fixa podem ser:

Títulos prefixados

Os títulos prefixados são aqueles em que a rentabilidade é conhecida, por exemplo, 8% ao ano. Isso quer dizer que o rendimento será esse, não importa o que aconteça com a economia e com o mercado. Esse tipo de título é o mais seguro e previsível possível, já que não existem surpresas e você pode calcular exatamente o quanto será resgatado quando a aplicação vencer.

Títulos pós-fixados

Os títulos pós-fixados são aqueles em que o rendimento está atrelado a algum indicador da economia.

Pode ser a taxa Selic, o CDI ou qualquer outro.

Nesse caso, o título irá pagar um percentual da taxa, como 110% do CDI, por exemplo.

Nesse casa, o rendimento não pode ser medido com toda a precisão, afinal é a própria oscilação do indicador que determina o quanto a aplicação irá render. Eles ainda permitem uma pequena previsibilidade, visto que esses indicadores - Taxa Selic, CDI e outros - podem ser estimados.

Títulos híbridos

Também, existem os títulos que combinam as duas características, dos títulos prefixados e dos títulos pós-fixados. Uma parte do rendimento é fixa, enquanto a outra é pós-fixada.

Por exemplo, se o título paga 6% + IPCA, isso quer dizer que o retorno é sempre 6%, mais a variação do IPCA no período.

Esse tipo de título oferece uma proteção contra a inflação, já que este indicador garante que o investimento irá pelo menos seguir este objetivo.

Então vamos lá, os títulos de renda fixa mais comuns são:

1 – CDB

O CDB é o Certificado de Depósito Bancário.

Esse título é emitido por bancos autorizados pelo Banco Central para captar recursos de modo a financiar suas operações.

Bem, na prática, é um “empréstimo” que o investidor faz ao banco, recebendo como retorno juros mais o montante inicial.

Esse investimento tem a vantagem de ter a garantia do FGC, o Fundo Garantidor de Créditos.

2 – Tesouro Direto

O Tesouro Direto é um título de Renda Fixa emitido pelo governo.

Quando você investe no Tesouro direto, na prática, você empresta dinheiro par ao governo.

Uma vez que você empresta dinheiro para o governo, o objetivo é financiar diversas atividades públicas e até mesmo dívidas.

O Tesouro Direto pode ser atrelado à taxa Selic, à inflação ou pode ser pré-fixado.

3 – Letra de Câmbio

A Letra de Câmbio, ou LC, é um título muito semelhante ao CDB.

A diferença é que os emissores são instituições financeiras privadas, que costumam ser de porte menor que os bancos, por isso apresentam um grau de risco um pouco maior.

Apesar disso, também possuem garantia do FGC, o Fundo Garantidor de Créditos.

4 – Letra Financeira

A Letra Financeira, ou LF, é semelhante à LC e também tem o objetivo de financiar certas atividades da instituição que a emite.

A diferença é que ela demanda um comprometimento um pouco maior, visto que o prazo mínimo é de dois anos, e o dinheiro não pode ser resgatado antes disso.

Também possui garantia do FGC.

5 – LCI e LCA

A Letra de Crédito Imobiliário (LCI) é um investimento que também é emitido por bancos autorizados pelo Banco Central, de modo a captar recursos para financiar o setor imobiliário.

Como seu objetivo é financiar um segmento de mercado considerado importante, esse investimento é isento do imposto de renda.

O mesmo se aplica à LCA, Letra de Crédito do Agronegócio, que é atrelada às operações deste setor e também contam com isenção do imposto de renda.

Tanto a LCI quanto a LCA têm a vantagem de serem cobertas pelo FGC, o Fundo Garantidor de Créditos.

6 – CRI e CRA

Os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) são semelhantes às LCIs e LCAs, no sentido de estarem atrelados a setores específicos.

A diferença é que eles são emitidos por securitizadoras e são títulos atrelados à dívidas dos setores.

Nesses casos, o investidor se torna credor do(s) endividado(s).

7 – Debêntures

As debêntures são títulos emitidos por empresas privadas não financeiras.

Assim como o CDB, seu objetivo é ajudar o emissor a financiar suas operações.

A diferença é que, como esses títulos não estão atrelados a bancos, não têm garantia do FGC, e o recebimento dos rendimentos por parte do investidor depende da capacidade da empresa de pagar. É importante, então, se manter atento ao rating que determina a qualidade de crédito da empresa emissora do papel.

Existe ainda um outro tipo, as debêntures incentivadas.

A única diferença dessa para as outras é que é emitida por alguma empresa de um setor considerado chave na economia, geralmente para projetos de infraestrutura, fazendo com que haja um incentivo por parte do governo, através da isenção do imposto de renda.

Quais os riscos para investir?

O grande risco para investir em Renda Fixa fica com a capacidade da instituição emissora do título que o investidor decide aplicar seu dinheiro honrar seus compromissos.

Porém, títulos como o CDB, LCI e LCA contam com garantia do FGC (Fundo Garantidor de Créditos), instituição que protege o investidor até um teto de R$ 250 mil por instituição financeira, a mesma garantia da poupança.

Siglas importantes para os investimentos de Renda Fixa

Quando analisamos os investimentos de Renda Fixa algumas siglas e conceitos são importantes:

FGV - Fundo Garantidor de Créditos: O FGV é o responsável pelo baixo risco de investir em Renda Fixa no setor bancário.

Atenção, não existe “risco zero” quando se trata de investimentos, mas determinados títulos de Renda Fixa, especialmente os protegidos pelo FGC, chegam muito perto disso.

É preciso um cenário bastante complicado, como o colapso da economia, para que essa garantia não seja efetuada. Isso nunca aconteceu no Brasil.

O FGC não é nem um banco, nem uma instituição governamental.

O FGV é uma entidade privada e independente, mantida por instituições financeiras que fazem aportes em cima do dinheiro total aplicado nas mesmas.

Por isso, é preciso que haja um verdadeiro desastre apocalíptico a ponto de o FGC quebrar, porque todos ou diversos bancos precisariam quebrar ao mesmo tempo.

A garantia do FGC é de R$ 250 mil por CPF e por emissor ao ano, acumulando em R$ 1 milhão ao final de 4 anos consecutivos.

CDI: O Certificado de Depósito Interbancário é uma taxa que lastreia as operações entre os bancos. É um dos principais indicadores de rentabilidade em Renda Fixa.

IPCA: O Índice Nacional de Preços do Consumidor Amplo é o medidor oficial da inflação no Brasil, e é calculado pelo IBGE para encontrar a variação de preços no mercado.

SELIC: A taxa Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira, e é calculada pela média ponderada dos juros aplicados pelas instituições financeiras.

Para saber mais sobre a taxa Selic sugiro ler a seguinte publicação:


Elvio Bezerra

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